São Paulo (SP) - O tenista paulista Thomaz Bellucci (Banco Votorantim/ Correios/ Gillette/ adidas/ Wilson) embarca nesta quarta-feira para Auckland, Nova Zelândia, onde joga o primeiro torneio da temporada 2011, a partir do próximo dia 10. O técnico Larri Passos acompanha seu mais novo pupilo, a quem já apelidou carinhosamente de "Búfalo".

Antes da viagem, Bellucci e Larri Passos abriram o treino para a imprensa, nesta terça-feira, na academia Play Tennis Morumbi, em São Paulo, e fizeram um balanço do primeiro mês da parceria.

Depois de Auckland, técnico e treinador seguem para o Australian Open (17/01), ATP de Santiago (31/01), Brasil Open (07/02); ATP de Acapulco (21/02), ATP Masters de Indian Wells (07/03) e ATP Masters de Miami (21/03).

Confira os melhores trechos da entrevista:

Preparação

Bellucci - "Tenho treinado muito forte, o Larri até me apelidou de ‘Búfalo’ (rs). Pelo ritmo de trabalho, é um apelido carinhoso. Temos treinado forte diariamente, quase não tivemos folga. Nesta pré-temporada já deu pra melhorar muitas coisas, começar 2011 com uma boa preparação. Acho que este ano vou conseguir jogar mais tempo com intensidade, fazendo menos esforço. E isso eu consegui melhorar bastante nestes 30 dias de trabalho".

Larri - "As duas primeiras semanas foram praticamente para ganhar bastante volume, para ganhar resistência cardiovascular dentro da quadra e mental, em conjunto com a preparação física. Aos poucos ele foi crescendo. Ele mesmo já me deu esse feedback".

Número 1 do mundo?

Bellucci - "Nem parei pra pensar nisso... O Larri formou um cara número um do mundo e desde quando comecei a trabalhar com ele, sempre tive como objetivo ser melhor do que eu sou e ele pode me ajudar muito. Eu acho que a gente tem que ir com calma, melhorando posição a posição, golpe a golpe, sem atropelar as coisas. O mais importante é ter tranquilidade, transpor os obstáculos, com objetivos bem traçados".

Larri - "Nunca penso em números. Eu penso no meu dia a dia, no adversário do meu jogador. Você só começa a pensar em ser o número 1 do mundo quando o jogador atinge um alto nível de tênis e ele começa a jogar com os tops de igual para igual. Dai você começa a buscar metas mais altas. Já tive uma experiência com um jogador (Guga) e só passamos a pensar em chegar a numero 1 quando ele atingiu a quinta posição".


Melhorias

Bellucci - "Estou conseguindo me defender um pouco melhor, me mexer melhor em quadra, peguei um volume legal de jogo, estou me desgastando menos, fazendo menos força pra jogar e isso já é reflexo da pré-temporada".

Larri - "O que eu procurei fazer com o Thomaz, desde o começo, foi trabalhar em cima de educativos, procurando fazer algumas modificações sem ele saber, porque isso pode desanimar o atleta. Mantê-lo sempre agressivo, com mais solidez, essa é a minha função agora".


Comparações com o Guga e críticas

Bellucci - "As comparações com o Guga são inevitáveis, principalmente depois da parceria com o Larri, mas não me incomodam. Quanto às críticas, levo numa boa. É até importante também pra você ver onde está errando, quais pontos você precisa melhorar. Não me abalo com as críticas, isso só me motiva. Não deixo isso me afetar dentro de quadra".

Larri - "Guga está do meu lado esquerdo e o Bellucci do meu lado direito (no pensamento). Procuro sempre trazer para os treinamentos alguns exemplos do Guga, como referência de um cara que foi número 1. Guga sabia sair bem do buraco. Acho que essa minha experiência com o Guga eu estou procurando transmitir pra ele (Bellucci), mostrando caminhos pra ele. Ele (Bellucci) está aceitando bem isso".


2011

Bellucci - "Jogar com intensidade, me desgastando menos e fazendo os mesmos pontos. Este vai ser o grande diferencial nesta temporada. De imediato acho que as pessoas já vão conseguir perceber isso, mas ao longo do trabalho ainda vamos ajustando, vai levar um tempo, mas isso que é o legal, ir melhorando com o tempo e sentindo a diferença".

Larri - "Vai ser uma temporada de grandes desafios e aprendizados. Ele (Bellucci) jogará todos os grandes torneios, isto quer dizer que ele vai poder estar sempre comparando o seu crescimento com o dos outros jogadores que estão no topo. Sem dúvida nenhuma, se aproveitarmos bem os torneios, com certeza o nível dele vai crescer muito".


Metas

Bellucci - "Não temos metas de ranking estabelecidas, o mais importante é melhorar o nível de jogo, fazer os ajustes necessários e o ranking será consequência disso. Tenho muitas coisas pra melhorar ainda e o ranking vai ser a prova disso".

Larri - "Eu gostaria que o Thomaz chegasse sempre muito forte nos Grand Slams. Hoje, no circuito, se o jogador for bem em 6, 7 semanas, é o suficiente para atingir o topo do tênis. O ranking é conseqüência dos ajustes que são feitos nas partes técnicas, física e mental do jogador".


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